quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Data de publicação 28/07/2007
Jornal: O Montalegrense

«As Chegas de bois do Verão
É já neste fim de semana que começam as grandes Chegas de bois pricipalmente no concelho de Montalegre. Assim, no dia 29 de Julho, pelas 15,00 horas, em Soutelinho da Raia, haverá três Chegas de Bois, uma o boi “Marelo”, o campeão arouquês do Calbô contra o do Alberto de Sendim.»

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Data de Publicação: 29/09/2005
Artigo de: Margarida Luzio do Semanário Transmontano
Café assaltado em Soutelinho da Raia
Para calar cão de vizinha, ladrões já trariam um osso «Um dos cafés de Soutelinho da Raia foi assaltado na noite do passado sábado para domingo, através do arrombamento da janela da entrada principal do estabelecimento, voltada, precisamente, para a rua central da aldeia. Além de 9 volumes de tabaco de várias marcas, os ladrões terão levado aproximadamente 400 euros, que estariam separados consoante a origem: pagamento de telefone, gás e tabaco.Levados terão sido ainda perto de 80 euros, que o filho do proprietário guardava num pequeno cofre. O dinheiro em causa tinha sido angariado na sequência de um torneio de futebol que decorreu nesta aldeia no Verão e iria servir para um lanche com todos os participantes.Ao que foi possível apurar, o assalto terá sido levado a cabo cerca das 2 horas da madrugada. Terá sido por volta desse horário que uma vizinha do café terá ouvido o barulho de um carro que parou no local e estranhado o ladrar incessante do seu cão.Aliás, a idosa só não se terá erguido da cama para ver o que se passava, porque, entretanto, o cão terá deixado de ladrar. De manhã, junto à casa, foi encontrado um grande osso descarnado. Supõe-se que tenha sido atirado pelos ladrões para calar o cão.» E esta hein ?

PERIODO DE DOMINAÇÃO ROMANA

O povoamento desta freguesia é de grande antiguidade pois remonta, pelo menos, ao período da dominação romana. Dessa época são visíveis vestigios diversos como esta casa, única na aldeia, e que tem como particularidade uma janela lateral com inscrições em latim, presume-se que tenha sido uma espécie de albergue, ou uma "mutatio" lugar usado quer pelas Legiões Romanas, quer pelos viajantes, para dormir, comer, mudar de montadas. Tem ainda algumas fontes de imersão, vestígios de calçada romana, que não sendo provavelmente a Via Principal que ligava Braga a Chaves, seria uma das suas variantes.A localização da aldeia nem sempre foi a actual, a atestá-lo os inúmeros vestígios de "tégulas" ou telhas romanas nos lugares do Carvalhal e Pardieiros, é provável que tenha sido mesmo uma possível localização de algumas "villas" ou casas senhoriais Romanas, dada a proximidade com um centro urbano "Aquae Flaviae" de alguma importância, mas tudo isto são suposições, que terão de ser melhor fundamentadas. Vejam então estas imagens que servem como ilustração daquilo que esta aldeia lhes tem para mostrar em termos de património histórico e digam-me se não vale a pena a visita ? Passem por cá e comprovem.


Qual a origem do nome Soutelinho da Raia?

Freguesia raiana, de raia ou fronteira, situada no extremo nordeste do concelho de Chaves, dista 18 quilómetros da cidade Flaviense e 22 de Montalegre. É terra de castanhas, e soutos, que já foram em maior abundância, advindo-lhe daí o nome de Soutelinho, ou pequeno souto, mas o nome deriva também da abundância e pela exploração do linho que actualmente já não é ( infelizmente) produzido. Apelida-se de Raia porque se desenvolveu em plena fronteira entre os dois reinos peninsulares, passando a raia antigamente pela rua norte que vai do Senhor dos Desamparados ao largo da Lamarelha. Actualmente a fronteira foi afastada em alguns casos 500 metros ou mais do que antigamente, mas os vestígios desse tempo ainda permanecem, nos nomes das ruas, nas casas. É uma aldeia antiga, de velhas casas de granito, com algumas construções novas, de ruas em calçada, com muitas fontes, onde corre uma água limpida e fresca que provém de nascentes, sendo das melhores a nivel do concelho Flaviense. É uma aldeia tipica Transmontana, com chaminés que fumegam no Inverno, com boa gente sempre pronta a bem receber quem a visita, tem como Festividades típicas, O Senhor dos Desamparados, celebrado no primeiro Domingo de Junho, e o StºAntónio, padroeiro da freguesia, a 13 de Junho.

Soutelinho foi centro de operações de combate ...


Em 1912, esta freguesia esteve no centro das operações de preparação do combate de Chaves, em que Paiva Couceiro tentava, pela segunda vez, restaurar a Monarquia. Chaves sabia o perigo que corria e clamava por reforços urgentes. Ao fim da manhã do dia 7 de Julho de 1912 já as tropas rebeldes, vindas da Galiza, tinham deixado Montalegre para trás e chegam a Vilar de Perdizes.Ás 6 horas da tarde chegam à vista de Soutelinho da Raia, e dizem que os Guardas Fiscais do Posto ao vê-los, fogem, com excepção de um que confessa a sua devoção monárquica e logo ali se integra na coluna.Os outros, noite fora, vão avisar Chaves da proximidade dos Paivantes, mas na vila não lhes dão crédito supondo-os em força na conquista de Montalegre. Entretanto e sem que os de Chaves o creiam, junto ao cemitério de Soutelinho da Raia, os monárquicos levantam as suas tendas. Foi grande o pandemónio durante toda a noite. Os moradores estavam aterrorizados.E em Chaves desconhecia-se o que em Soutelinho se passava. No dia 8 de Julho de 1912, ainda noite escura, os 500 homens da coluna monárquica levantam as tendas em Soutelinho da Raia e põem-se a caminho de Chaves.Tinha chegado a hora da grande aventura na qual, mais uma vez, para gáudio da República e de todos os flavienses, Paiva Couceiro fracassava.

A Igreja ...

A Igreja de Soutelinho da Raia foi construída no século XIV e sofreu alterações na construção no século XVIII. Destaque para os retábulos renascentistas, por certo dos séculos XVI e XVII. O interior da Igreja tem um revestimento em talha dourada, as paredes exteriores são em alvenaria de granito e acabamento em reboco do lado interior das paredes. O tecto da nave e capela-mor são em madeira com pinturas, o pavimento do interior da Igreja é em soalho de madeira, o pavimento do alpendre é em lajeado de granito ( pedras pertencentes a antigas sepulturas que se encontravam no interior da Igreja, onde ainda se conseguem ver numeros inscritos nas mesmas). A cobertura é de estrutura de madeira e revestida a telha de barro, as caixilharias são em madeira e ferro.No nicho da fachada principal está inscrita a data de 1880. O que mais se destaca é um conjunto de pinturas murais que ocupam as laterais, ex-votos, pinturas de Santos, estando já referenciadas no IPPAR como de Interesse Público, mas a aguardar uma intervenção especializada. Recentemente o tecto sofreu uma intervenção a nível de pintura, reforço de estrutura e substituição de partes danificadas. É de destacar também um conjunto de imagens de Santos com algum valor patrimonial, a de Stº António, Srªdo Carmo, estas mais antigas e em madeira, de Stª Bárbara, S.Sebastião, Srªde Fátima, S.Roque, Sagrado Coração de Jesus, StªRita,mais recentes. Possui ainda uma Sagrada Custódia em ouro, e uma Cruz processional de enorme valor, em prata e ouro, só exposta ao público em ocasiões festivas.

Venha conhecer esta magnífica terra...