Soutelinho, para quem não sabe, tem muitas " histórias" para contar, e em primeiro lugar, convém refererir, que são inúmeros os vestígios que o atestam. Assim, por exemplo a localização da própria aldeia, nem sempre foi no local onde se encontra actualmente. Aparecem em diversos locais testemunhos disso mesmo, nomeadamente no local do Carvalhal, onde em alguns terrenos, se encontram espalhados vestigios de telhas de habitação, as chamadas "tégulas " de origem Romana, ou posterior á ocupação. Os muros que rodeiam estes terrenos, são também em minha opinião restos de muros delimitadores, ou as pedras foram retiradas, há muito tempo atrás das possíveis habitações aí existentes. Repare-se na imagem, que as pedras são bastante trabalhadas, o que sugere ter havido um trabalho humano e não sendo simples fruto da natureza.
Nos Pardieiros, a caminho das Infantilhas, há também a presença do que aqui se refere, e muito á superfície. Nas paredes apareceram mós manuais, usadas para moer oos cereias, além de outras coisas que atestam a dupla localização da aldeia que possivelmente conheceu a sua localização de agora nos inícios da nacionalidade. Noutros locais, como a Anta, segundo dizem os mais velhos, apareceram sepulturas em ardósia, ora pasme-se, nós encontramo-nos em terras de granito, o que sugere que os povos que aqui habitavam teriam que percorrer muitos quilómetros para encontrar este material.
Tudo isto se deve, dada a proximidade da antiga " Aquae Flaviae ", hoje Chaves, que como se sabe foi um pólo muito importante, um eixo viário que vindo da costa passava por Vila Real, pelas minas de ouro de Vila Pouca de Aguiar, seguindo para a Hispania. Além disso, próximo de Soutelinho, passava uma Via Romana, o que comprova, a meu ver, que estes vestígios arqueológicos, seriam, em conjunto com a casa que fica no Largo do Forno, casas de campo ou Villas, que mereceriam uma intervenção especializada.
1 comentário:
Foi com muito agrado que visitei este blog, queria dizer-lhe que me fez reviver um dos periodos mais fantasticos da minha "curta" vida, os dezoito dias de trabalho de campo que eu e duas colegas realizámos em Soutelinho da Raia. Éramos estudantes de Antropologia,com apenas vinte «anitos» e fomos acolhidas por todos vós de uma maneira que jamais esqueceremos, permanecendo a saudade e gratidão.. Deixo, através de si, um grande abraço para esta terra e todos os que nela habitam, na esperança de brevemente se proporcionar uma visita da nossa parte..
Um grande abraço e obrigada por me ter permitido reviver as ruas, os cheiros, as tradições e as pessoas...
Maria Miguel
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